quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Análise: Missão Impossível 4 - Protocolo Fantasma

Eu realmente não sei dizer como fui parar no cinema hoje para assistir o quarto filme da série Missão Impossível hoje, que eu sequer estava planejando ver. Imagine uma combinação de precisar sair de casa para fazer compras de Natal mais a vontade de fazer a primeira resenha para o blog de algum filme que estivesse efetivamente ainda passando nos cinemas e você terá uma ideia. Para ser sincero, eu sequer lembrava que o filme estava em cartaz e não fui para o cinema com ele em mente, mas quando percebi, já estava lá, e com certo medo preconceituoso em minha mente de acabar gostando. Não me entendam mal: eu realmente gostei do primeiro filme da série, achei o segundo ok e não me animei para ver o terceiro (e olha que sou grande fã de J.J. Abrams). O meu temor se baseava na minha ideia de que, depois de tanto tempo, eles conseguiriam fazer um filme tão bom quanto o primeiro. Anda bem que eu estava enganado.

O filme segue o personagem central da série, Ethan Hunt (Tom Cruise). No começo do filme, Ethan está preso em um presídio de segurança máxima na Rússia, por razões que não serão explicadas no filme até bem mais tarde. Ethan é rapidamente resgatado por dois colegas do IMF, a agência para a qual trabalha. Esses colegas são Jane Carter (Paula Patton), que estava liderando uma missão que terminou mal, e Benji Dunn (Simon Pegg), velho conhecido de Ethan recentemente promovido à agente de campo. Ethan recebe a missão de se unir a eles e concluir a missão da agente Carter, que é impedir que um aspirante a terrorista que se autodenomina Cobalto tenha acesso a uma lista de códigos de detonação de armas nucleares. Enquanto tentam descobrir a identidade de Cobalto, Ethan e sua equipe acabam sendo acusados de ser os responsáveis por um ataque terrorista (a cena do ataque me impressionou de verdade e, embora não seja um show de efeitos, já fez o valer o ingresso pela ousadia). O governo americano é obrigado a ativar o Protocolo Fantasma do título, que tira toda a autoridade do MIF e o inutiliza, para evitar uma guerra. Agora, Ethan e sua equipe, que ganha o acréscimo do analista William Brandt (Jeremy Renner), precisam provar sua inocência sem qualquer ajuda, localizar Cobalto e impedir que ele comece a Terceira Guerra Mundial.

Missão Impossível 4, do diretor dos filmes da Pixar Os Incríveis e Ratatouille Brad Bird, é definitivamente tão empolgante que surpreende. O roteiro em si não é genial - o agente acusado injustamente que precisa provar sua inocência e impedir o caos mundial -, mas é bastante eficiente. O filme possui uma montagem bastante boa durante as cenas de ação e o elenco está bastante afiado e carismático. Os efeitos sonoros são os melhores da série, também. Porém, o filme não é um blockbuster impecável. Em primeiro lugar, e o que realmente me incomodou muito, há o personagem de Simon Pegg. Como disse, não vi o terceiro filme, onde ele aparece, mas aqui ele acaba caindo numa situação que vai se tornando irritante ao longo do filme: ele é o alívio cômico que não funciona. Simon Pegg até tenta, mas é justamente com seu personagem que o roteiro mais falha, e o que era para ser um sujeito atrapalhado, mas divertido, vira só um mala mesmo. Em segundo lugar, Cobalto é um vilão super caricato e quase dispensável. Tenho a sensação de que se Ethan Hunt estive combatendo uma célula terrorista inteira o filme seria mais crível e até mais divertido. E quando não está lidando com as cenas de ação, a edição do longa também deixa a desejar em alguns momentos, quebrando o ritmo.

No geral, Missão Impossível 4 é o que você espera da franquia, num nível bem satisfatório. Cenas de ação bem feitas, o grupo de heróis viajando pelo mundo atrás de pistas e pessoas, todos os planos do grupo sendo frustrados e saindo errado para o bem do cinema, uma sequência final estilo corrida contra o relógio que apesar do desfecho óbvio vai te fazer segurar os braços da poltrona com força. Em suma, é um filme que não vê problemas em usar os clichês do gênero e, mesmo sem inovar em nada, consegue agradar e cumprir sua missão de entreter. Pode ver sem medo.

Nota: 3,5 de 5,0.

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