segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Grandes diretores: Martin Scorsese

Não é difícil para um diretor ficar marcado por uma determinada característica em Hollywood, assim como isso também pode acontecer com qualquer um entre seu imenso grupo de atores.  Ao pensar em Scorsese, muita gente o associa rapidamente a filmes de gângsters de clima obscuro e repletos de violência. Sim, é verdade que essa fama se deve por Scorsese de fato ter alcançado a fama com filmes nesse estilo, mas também é preciso ressaltar que o diretor americano já fez em sua extensa filmografia de tudo um pouco. Para surpresa de alguns, até musical ele tem no currículo. Scorsese é um dos grandes mitos do cinema hollywoodiano, um dos poucos ainda na ativa ou, pelo menos, ainda fazendo filmes sucesso de público, crítica e bilheteria.

Descendente de italianos - seus avós paternos eram da Sicília -, Martin Charles Scorsese nasceu em 1942, em Nova York. Fez faculdade de cinema na Universidade de Nova York, onde dirigiu seus primeiros curtas. Seu primeiro sucesso no cinema foi Caminhos Perigosos, de 1973, sua primeira abordagem nas grandes telas do mundo da máfia e sua primeira colaboração com Robert de Niro, que se tornaria uma das mais famosas e frutíferas do cinema. No anos seguinte veio um drama mais tradicional, o muito bem recebido Alice Não Mora Mais Aqui.


Mas foi o ano de 1976 que viu Scorsese entrar para o time de grandes diretores de Hollywood, isso por causa de Taxi Driver. A análise do diretor da insanidade, violência e decadência da vida urbana foi praticamente personificada pelos dois protagonistas do filme. Robert de Niro interpreta genialmente o taxista do título, Travis Bickle, um veterano de guerra com visões muito particulares a respeito das ruas de Nova York e a prostituição que toma conta de suas noites. Eventualmente, Travis mergulha na insanidade e decide assumir para si a função de "limpar" a cidade. Em sua jornada ele encontra Iris, uma prostituta de 12 anos interpretada pela novata Jodie Foster. O roteiro fascinante e cheio de frases memoráveis - You talkin' to me? -, a estética noir do filme e seu desfecho ambíguo se tornaram com o tempo clássicos do cinema.

Em 1980, o diretor levou a história do violento boxeador Jack La Motta para os cinemas com Touro Indomável. De Niro novamente interpretou o protagonista, entregando o que provavelmente foi a melhor atuação de sua carreira, premiada com o Oscar. Rodado em preto e branco, o filme é um drama intenso sobre a carreira instável de La Motta e seus problemas familiares. Para muitos, é a grande obra-prima de Scorsese, apesar de ter recebido críticas reticentes na época de seu lançamento.
Ainda na década de 1980, outro trabalho memorável seu seria A Última Tentação de Cristo. No filme, Cristo imagina, no momento de sua cruxificação, como teria sido sua vida caso ele tivesse fugido com Maria Madalena, ao invés de se deixar ser preso. O filme gerou uma reação irada de muitos grupos religiosos, em especial pela Igreja Católica.

Na década de 1990, seu grande sucesso foi Os Bons Companheiros, que é facilmente um dos melhores filmes de gângsters de todos os tempos. Robert de Niro e Joe Pesci, dois velhos conhecidos de Scorsese, atuam no filme junto com Ray Liotta, mas é Pesci quem de fato rouba a cena e acabou ganhando um Oscar naquele ano - que foi inclusive surpresa para alguns. Na década de 2000, Scorsese viu sua carreira se revitalizar e deu início a uma nova parceria famosa, agora com Leonardo di Caprio. Foram três grandes sucessos seguidos: Gangues de Nova York, O Aviador e Os Infiltrados, sendo que esse último enfim rendeu a Scorsese seu devido Oscar de melhor diretor, pelo qual ele já merecia há uns trinta anos.

Nesta década, Scorsese já dirigiu mais um trabalho com Di Caprio, o ótimo thriller Ilha do Medo, e seu primeiro filme em 3D, assim como primeiro de fantasia, A Invenção de Hugo Cabret, que deve chegar aos cinemas brasileiros em fevereiro. Scorsese pode ter tomado decisões polêmicas em sua carreira, mas seu lugar de direito no panteão de grandes diretores de Hollywood é inegável. A maneira como ele "adota" atores, como fez com Robert de Niro, Joe Pesci e Leonardo Di Caprio, mas sempre é capaz de fazê-los se superar e entregar algo diferente, sua falta de medo de ousar e até mesmo se reinventar e seu cinema sempre de alta qualidade o tornam uma das figuras mais queridas, admiradas e respeitadas entre os fãs de cinema, que esperam sempre novos e excelentes trabalhos do diretor.

0 comentários:

Postar um comentário